Você consegue imaginar um casamento sem música? É uma missão quase impossível. Do erudito ao pop, existem canções mundialmente conhecidas como músicas de casamento. Não se trata de um estilo musical, mas se trata da magia que elas transmitem.
Seja durante a cerimônia, o receptivo ou na festa, há sempre uma trilha traduzindo emoções e o estilo do casal, como se cada música contasse parte de sua história. A marcha nupcial é parte essencial da tradição do casamento. Mas, afinal, quando ela surgiu?
A história da Marcha Nupcial
A origem é Real. Há 160 anos exatamente, em 1858, a filha mais velha da Rainha Vitória e do Príncipe Alberto, a princesa Vitória Adelaide se casava com Frederico III, Imperador da Prússia e da Alemanha. Como se sabe, os casamentos da realeza britânica são prestigiados pelo mundo inteiro e não era diferente no século XIX.
Início de uma tradição
Esta união é um marco na concepção de casamento moderno; pela primeira vez a música não se restringiu ao receptivo, fazendo também parte da cerimônia. E não foi uma seleção qualquer de música. Por ser apaixonada por ópera, Vitória escolheu um tema de Lohengrin, ópera de Richard Wagner, e outra composição do alemão Mendelssoh que fazia parte da trilha da peça “Sonhos de uma noite de verão” do dramaturgo inglês Shakespeare, simbolizando a união cultural dos noivos.
Talvez, por estas descrições, você não sabe de que músicas estamos falando, mas ao ouvir você certamente se dará conta que Vitória Adelaide estabeleceu duas músicas antológicas como referência de casamento que perduram há 160 anos.
As centenárias tradições do casamento
A revolução não ficou só nas escolhas musicais. Além da marcha nupcial, outra tendência apresenta pela princesa foi a procissão da entrada da igreja ao altar percorrida pela noiva, ato pioneiro de Vitória Adelaide. A Rainha Vitória, mãe da princesa, também tem uma marca na história dos casamentos, o uso e a popularização do vestido branco da noiva.
Apesar de ser um sucesso absoluto e massivamente popular em casamentos no ocidente, as marchas nupciais sofreram forte resistências pela igreja e foram consideradas muito ousadas na época.
A arte da música
A obra criada para a peça de Shakespeare remete a um universo fantasioso e místico. Já o tema de Richard Wagner, além de se tratar de uma peça dramática, com conotações pagãs e violentas, o compositor era associação a um posicionamento racista e antissemita. Ainda hoje, raramente um casamento judeu tocará o Coro Nupcial de Wagner.
Mas, a arte prevalece sendo esta força que conecta pessoas, cria, revive e inspira momentos. Os casamentos mudaram, muitos recriam canções para darem o tom de suas cerimônias, em busca do sua própria sonoridade e história. E que melhor jeito há de se contar uma história de amor, senão pela música?
Fonte: https://revista.icasei.com.br