Rabanadas – um doce típico de Natal


A rabanada é apenas um dos vários pratos que aparecem apenas no período natalino, e mesmo sendo considerada extremamente calórica, tem a adoração de muitas pessoas, o que não permite que ela caia no esquecimento, mesmo com tanto tempo em destaque.

E não é só apenas do Brasil que ela é preparada no Natal, em diversos países do mundo essa tradição já existe há muito tempo.

Talvez nem todas as histórias em relação à rabanada sejam tão emocionantes, mas haverá quem diga que sempre “come chorando” uma fatia dourada dessas. Além disso, se os momentos não são tão marcantes assim, a oportunidade em que, hoje em dia, se come rabanada é única: o Natal.

Conhecida também como fatia dourada ou fatia de parida, a rabanada é um doce natalino histórico, tamanha tradição de anos que possui no natal das pessoas. Temos como história da rabanada, muitas lendas e uma origem incerta. Sabe-se que foi criada através da necessidade do reaproveitamento do pão (amanhecido), tendo em vista que sempre foi considerado um ingrediente sagrado, até mesmo por representar o corpo de cristo para os católicos. A sua origem sempre se remete a Portugal, mas em todo o mundo é possível encontrar variações da rabanada, como o “Eggy bread” na Inglaterra, o “French toast” nos EUA, e o “Pain Perdu” na França. Isso mostra que é muito mais provável uma forte influencia francesa na origem da rabanada, do que uma influencia portuguesa.

Trata-se de fatias grossas de pão, mergulhadas no leite, passadas em ovos batidos, fritas em óleo ou ainda assadas, e para finalizar polvilhadas com açúcar e canela. Depois de tantos anos de existência da receita, já é possível encontrar versões diferentes, como por exemplo, o acréscimo de vinho do porto, frutas vermelhas, e o acompanhamento do creme inglês.

Há informações contraditórias, porém.  Há quem diga,  americanos, em geral – que seria uma receita espanhola da Idade Média. Outros dizem que fritar pão não tem exatamente uma origem única, porque seria uma forma generalizada de melhorar o gosto do alimento nosso de cada dia. Nesse caso, a primeira referência, segundo o famoso dicionário de inglês Oxford, dataria de 1660.

Por último, há os partidários  de que a citação original de uma receita sobre fritar pão estaria em Apicius: “Aliter dulcia: siligineos rasos frangis, et buccellas maiores facies. in lacte infundis, frigis [et] in oleo, mel superfundis et inferes.” – numa tradução bem livre: “Um outro doce: Corte sigilinos [um tipo de pão de trigo] em pedaços grandes. Banhe no leite, frite no óleo, mergulhe em mel e sirva”. Um outro nome dado para essa rabanada pré-cristã é pan dulcis.

Mesmo que não se tenha uma certeza, a expressão como os conterrâneos de Verger chamam o quitute, pode explicar um pouco sua origem: pains perdus, que quer dizer “pão perdido” literalmente. Apesar de hoje já venderem pão para rabanada e usarem outros tipos de pães, brioches ou panetones como matéria-prima, o único ingrediente que se repete na imensa maioria das receitas é: pão do dia seguinte. As receitas se referem ao pão que não se pode mais comer porque está duro, um pão dormido, um pão perdido. Portanto, a rabanada é uma forma de salvar o pão. Muito natalino, não?

Outro termo que tem um pouco da explicação da origem – ou pelo menos, de um dos usos – da rabanada é como parte de Portugal as chama: pão parida, ou somente fatias de parida, ou o nome inteiro: pão de mulher parida. Misture pão (trigo), ovos, leite, açúcar e frite, e você tem, além de rabanadas, uma bomba calórica, cheia de energia. Dizem que era bom para mulheres amamentando porque daria leite. O nome “fatia de parida” vem de uma história que conta do auxilio que esse doce natalino dava na produção do leite materno durante a gravidez, e por isso era sempre oferecido e consumido pelas gestantes.

E também explica um pouco o costume de comer as fatias douradas (outro nome português que é auto explicativo) no nevado Natal europeu: se esquentar de dentro para fora.

Por fim, a origem de “rabanada”. O mais provável seja uma adaptação do espanhol “rebanada” que quer dizer… fatias.

 

 

Fonte: colherdepau.sul21.com.br