No Ocidente, o garfo é o utensílio culinário mais utilizado para a alimentação.
Acredita-se que tal instrumento tenha suas origens nas civilizações grega e romana, embora outro objeto bastante semelhante já havia sido criado em 2001 a.C. Este é, inclusive, citado diversas vezes na Bíblia Judaica.
Entretanto, até então o garfo possuía apenas dois dentes e era usado somente para servir as refeições. As pessoas comiam com as mãos mesmo: cortavam os pedaços grandes de alimento com facas e levavam a comida à boca. Pode parecer estranho, mas a quantidade de dedos que cada pessoa usava para pegar a comida era uma espécie de indicador de classe social. Os mais nobres tocavam o alimento com apenas três dedos, uma espécie de demonstração elitista.
De fato, a história do garfo na Europa se inicia por meio do imperador de Constantinopla, Constantino Ducas. Curiosamente, o objeto logo foi alvo de inúmeras polêmicas criadas pela Igreja Católica. Os religiosos associavam a figura do garfo com o forcado que a imagem do Diabo carregava consigo, algo sempre representado pela iconografia clássica. Desta forma, o uso do objeto continuou proibido por vários anos.
Mesmo assim, o utensílio começava a cair na graça dos italianos. Durante todo o século XV, se difundiu por diversas cidades, como Milão e Florença, até passar a fazer parte do dia a dia de qualquer habitante da Itália.
No entanto, sua popularização por toda a Europa só ocorreu mais tarde, durante o século XVI, por meio de Catarina de Medici. Casada com o rei Henrique II, ela foi a responsável por introduzir o uso do garfo na corte real francesa, o que tornou o utensílio um símbolo de requinte em todo o velho continente.