A História da Polenta


De origem latina, a palavra polenta deriva de “pollen”, que significa flor de farinha.

 

Estima-se que este prato tenha surgido milênios atrás, e já era conhecido pelos romanos. No início, ainda não se utilizava o milho – a polenta era feita com grãos esmigalhados de farro, cereal semelhante ao trigo, porém mais duro.

Os grãos eram transformados em farinha de uma maneira bem rudimentar: eram triturados em duas pedras em movimentos giratórios. Depois, acrescentava-se a água e a massa era cozida sobre pedras aquecidas.

Os romanos chamavam a polenta de “pultem”. Ela tinha uma consistência mole e era consumida temperada com queijos, carnes e molhos diversos. Os cartagineses, por sua vez, temperavam prato com mel, ovos e queijos. Durante a sua história, o prato já foi preparado com diversos de grãos diferentes, como cevada, aveia e arroz.

A partir de 1550 em um região italiana chamada Friuli Venezia Giulia, se tornou a pátria polenta pois a mesma passou a ser preparada com farinha de milho depois da descoberta da América.

Depois disso, a farinha milho se tornou a mais tradicionalmente utilizada no preparo da polenta. A receita era feita principalmente pelas mulheres italianas, em regiões como Vêneto. As nonnas ou mammas da família, com blusas de manga longa, preparavam a polenta em um caldeirão. A blusa protegia o braço de serem queimados pelos respingos da comida, que levava de 40 minutos a 1 hora para ficar pronta.

 

No Brasil

Já a polenta italiana, que surgiu no Brasil, já tinha como principal ingrediente o milho.
Esse cereal surgiu na América Central e era a base alimentar dos povos da época, como os incas, maias e astecas. A maioria dos pratos eram preparados com o cereal, além de assumirem também, um significado religioso: servir de oferenda aos deuses.

Com os italianos, surgiu um creme de milho produzido com a farinha de milho, ideal para a produção de várias receitas com polenta. Assim, durante muito tempo foi um dos principais alimentos das famílias descendentes de italianos, que procuravam fazê-la frita, dura, mole, grelhada ou recheada.

No começo, era pouco apreciado no Brasil, e por muito tempo seu consumo esteve restrito ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, devido à intensa imigração italiana nestas regiões. Mas foi nos restaurantes italianos de São Paulo, porém, que a polenta foi consagrada e se tornou um prato digno de figurar nos cardápios mais requintados.

Preparada basicamente com a farinha de milho, água e sal, a polenta é considerada uma comida de inverno de caráter familiar. Na Itália e entre os descendentes de italianos, a feitura da polenta reúne as famílias em torno do tacho, que observa a massa ser mexida sem parar com uma colher de madeira para não formar grumos.

 

Polenta ou angu?

Muitos dizem que polenta e angu são a mesma coisa. Afinal, ambos são preparados com farinha de milho e água. Mas dois fatores diferenciam os pratos:

1) a polenta leva uma farinha mais grossa, enquanto o angu recebe uma farinha de milho mais fina;

2) o angu não leva sal, por isso serve como acompanhamento para outros pratos. O angu é uma comida tradicional mineira, que surgiu no Brasil das mãos dos indígenas e dos escravos africanos. Estes últimos consumiam muito o angu para o seu sustento, visto que se trata de uma comida de fácil preparo.

 

 

 

 

Fonte: https://independente.com.br

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Sobre o Chopp de Vinho


Certamente, em algum momento da vida, todos já ouviram falar, viram alguma propaganda ou até mesmo puderam experimentar uma bebida que se popularizou como sendo chamada por “Chopp de Vinho”. Por mais que o nome seja intuitivo, nem sempre, o “Chopp de Vinho” é apenas a junção dessas duas palavras (como pode soar bem simples por justaposição entre as duas…).

Assim, o “Chopp de Vinho” não é nem apenas adicionar vinho (como se isso fosse algo intuitivo) ao “Chopp”, e também não é apenas colocar uma porção de “Chopp” (algo que também não diz muita coisa) a um vinho (talvez essa seja uma indicação menos incorreta). O conceito “popular” de “Chopp de Vinho”, certamente, não é algo intuitivo. Não tem como saber as proporções, muito menos se ele se assemelha mais a uma “cerveja” (já que “Chopp”, usualmente é a cerveja não pasteurizada) ou a um vinho. Se a sua graduação alcoólica, é alta (como em um vinho) ou mais baixa (como em uma cerveja do estilo Lager, por exemplo). É algo bem incerto, e vamos expor melhor isso adiante.

Não obstante, o “Chopp de Vinho” é uma bebida bastante comum e muito bem aceita pelo paladar brasileiro. Seu apelo comercial costuma ser bem eloquente e já há uma certa “tradição” na venda desse produto nos bares e restaurantes de todo o Brasil.

Vamos tentar, em um primeiro momento esclarecer qual o enquadramento do “Chopp de Vinho”, ou seja, explicar a qual categoria de bebida alcoólica ele pertence, explanando melhor quais suas características, seus aromas e seus sabores.

Convido a todos a ler, seja com um “Chopp” ou com um vinho em mãos, e aproveitem a jornada!

 

“Coquetel Composto”: Enquadrando o “Chopp de Vinho”

O “Chopp de Vinho”, ainda que não seja uma nomenclatura deveras elucidativa, é, em última instância, uma mistura de uma bebida com a outra. Digo que o nome não é muito claro em duas frentes: “Chopp” não é exatamente um tipo de cerveja, sequer é o nome de uma bebida propriamente dita, embora tenha se popularizado no Brasil como sendo a cerveja não pasteurizada; e, ademais, o acréscimo da palavra “Vinho” a uma bebida que seja uma variante da cerveja pode fazer alguma confusão com o estilo cervejeiro denominado de “Barley Wine”, já que Wine é vinho em inglês (a tradução livre de Barley Wine mais aproximada seria “vinho de cevada” ou “vinho de cevada maltada”).

Por causa dessas imprecisões entre o que é “Chopp” e o que é “Vinho” (quando associados à cultura cervejeira) é necessário fazer o devido enquadramento do que é o popular “Chopp de Vinho”, dentro do esquadro legal de bebidas alcoólicas, definindo que tipo de mistura entre cerveja e vinho dá origem a esse combinado.

A definição mais apropriada para o “Chopp de Vinho” é a de “Coquetel Composto”, ainda que se possa fazer alguma confusão com outro termo usualmente associado a bebidas que misturam cerveja com alguma outra bebida alcoólica, a chamada “Bebida Alcoólica Mista” (quem já bebeu Skol SensesBPM, e bebidas associadas pode ter notado essa denominação no rótulo das bebidas – e nesse caso, o enquadramento está correto).

A definição legal de “Coquetel Composto” é fornecida pela redação do artigo 69 do Decreto no 6.871, de 2009. O texto em apreço define que “Coquetel Composto” é a bebida com graduação alcoólica de quatro (4%) a trinta e oito por cento em volume (38%), a vinte graus Celsius (20°C), tendo, obrigatoriamente, como ingrediente vinho ou derivado da uva e do vinho em quantidade inferior a cinquenta por cento (50%) do volume.

Assim, o “Coquetel Composto” é confeccionado com a seguinte composição. Deve ter sua elaboração feita, alternativamente, com bebida alcoólica; álcool etílico potável de origem agrícola; destilado alcoólico simples de origem agrícola; ou uma mistura de um ou mais produtos anteriormente citados. Além disso, ao “Coquetel Composto” deve ser adicionada (alternativa ou cumulativamente): uma bebida não alcoólica; um de suco de fruta; uma outra substância de origem vegetal; uma outra substância de origem animal; ou uma mistura de um ou mais produtos já anteriormente definidos.

De maneia bastante simples, o “Chopp de Vinho” é a elaboração de um “Coquetel Composto” em que se usa até 50% de vinho e a ele é adicionado “uma outra substância de origem vegetal”, no caso, a cerveja (ou o “chopp”, como ele é popularmente conhecido). Importante destacar que não existe um estilo cervejeiro base para que o “Chopp de Vinho” seja produzido, pode se utilizar qualquer um: Lager ou Ale; e dentre eles, PilsenStandard American LagerCream AleSaison… qualquer um que se adeque a ideia de um “Chopp de Vinho”.

Por mais que não haja nenhum estilo pré-definido, comumente se adiciona ao vinho utilizado como base do Coquetel (geralmente um vinho tinto mais doce – ou seja, um vinho tinto suave) uma cerveja mais leve e refrescante, na maioria das vezes, uma versão não-pasteurizada de uma Standard American Lager. A combinação faz com que a bebida seja bastante doce (em virtude de o vinho utilizado ser suave) e ao mesmo tempo leve e com alta drinkability, ainda que seja usual que ela possua um teor alcoólico relativamente alto, acima dos 10%.

Em síntese, o “Chopp de Vinho” é tecnicamente um “Coquetel Composto”, que se utiliza, na maioria das vezes, de um vinho tinto suave, adicionado de uma cerveja não-pasteurizada, do estilo Standard American Lager, produzindo uma bebida super leve, popular, bem doce e de fácil comercialização, e que faz um sucesso estrondoso em bares mais acessíveis ao grande público.

 

 

 

Fonte: https://papocultura.com.br/